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A NOSSA HISTÓRIA

A Banda Velha União Sanjoanense é das mais antigas do país. Para além dos registos orais da população, pouco há escrito sobre o seu passado. Tem estatutos visados no Governo Civil de Aveiro em 14 de Junho de 1934. Não se conhece documentação oficial anterior. Sabe-se que foi fundada a 1 de Janeiro de 1826 por António José de Andrade, (este terá sido o seu primeiro regente) e pelos padres Alexandre da Silva e Joaquim Dias, (de acordo com Arquivo Distrital de Aveiro (1941). Vol VII – Nº 26 – pág 198) com a designação de “Filarmónica de S. João de Loure”. Tudo começou nos festejos de S. Silvestre, junto à ermida com o mesmo nome e que também dá nome ao local onde está situada – Cabeço de S. Silvestre em S. João de Loure. Por esta altura, actuava apenas em festejos de índole religiosa pelo que o seu repertório se cingia a música sacra e pouco mais. Actuavam também em “cavalinho” ao que hoje chamamos “charangada”. Em 1908 devido a políticas da época (estava-se no fim da Monarquia e advento da República e as lutas conhecidas não deixaram de se traduzir na vida da colectividade), esta Filarmónica deu origem à “Banda Nova”, que poucos anos durou. A “Velha União” (assim passou a designar-se) sobreviveu e rejuvenesceu.

Em 1911, deslocou-se a Lisboa pela primeira vez, marco histórico para a época pois ir à capital era um sonho para qualquer cidadão comum. Já na altura residiam em Lisboa muitos sanjoanenses. Prosseguindo com a história, e sem nunca ter parado a sua actividade, sempre unida e em grande forma, ganhou o I Prémio no Certame Nacional de Filarmónicas em Sernada do Vouga tocando primorosamente “El Barbero de Sevilha” de Rossini, em 1930. Pouco há por escrito sobre esta história mas existe documentação oficial de estatutos visados no Governo Civil de Aveiro datados de 1934.

Por volta de 1940/42 (em plena Segunda Guerra Mundial), o Maestro Prof. Joaquim Marques Baeta residente no lugar de Pinheiro desta freguesia de S. João de Loure, pretendeu que os ensaios regulares da “Velha União” se realizassem em Pinheiro. Isto gerou tão grande discórdia que houve uma cisão no grupo, surgindo assim uma nova associação musical (1948), a Banda Recreativa e Cultural União Pinheirense, que ainda se mantém em actividade.

Também mais tarde, em 1956, um grupo de músicos da Banda Velha União Sanjoanense decidiu abandonar a mesma para formar uma nova Banda na Freguesia vizinha de Frossos mas, a mesma não conseguiu sobreviver.

Depois de feitos enormes esforços no sentido de conseguir uma sede própria, a colectividade viu satisfeita a sua pretensão em 1972 ao adquirir um velho celeiro brasonado, que pertenceu à condessa de Anadia tendo-se procedido posteriormente à adaptação do edifício que vigorou como sede até aos dias de hoje. Para tal decidiu a Direcção em funções sair à rua e angariar os primeiros sócios para custear a aquisição do celeiro.

Os executantes, até então todos do sexo masculino, viram pela primeira vez, duas raparigas juntarem-se ao grupo no ano de 1982 - Flávia Sequeira e Manuela Lima. Desde então já passaram pela Banda 25 raparigas, das quais 17 integram presentemente as fileiras da Banda. Voltou a Lisboa convidada pela Colónia balnear Infantil de “O Século” em 1981 e actuou na Feira Popular.

Em 1989, renovou o seu instrumental, facto muito marcante na história pois até então existiam instrumentos com diferentes características, tendo já executantes a estudar nos conservatórios com instrumentos de afinação brilhante. A partir desta data, todos os instrumentos ficaram em afinação normal.

No ano de 1995, recebeu a medalha de Mérito Municipal.

Desde o ano 2000 a Banda ressurgiu e voou para onde jamais seria esperado e isso deve-se ao Presidente da Direcção - Luís Artur F. Azevedo Silva - bem como aos que com ele colaboraram.

2000 foi um ano marcante pois gravou pela primeira vez em CD e cassete recorrendo ao Cine Teatro Alba em Albergaria-a-Velha. Não bastasse tal feito, atravessou pela primeira vez a fronteira nacional para ir a França, à vila de Erstein, Estrasburgo, a convite dos conterrâneos e irmãos Joaquim e Manuel Silva. Actuou nas Festas do Açúcar e no “Pavillon Joséphine” em Estrasburgo, onde foi efusivamente aplaudida pelos espectadores que esgotaram por completo o auditório. Travou conhecimento com a Banda local denominada Harmonie de Erstein. A primeira internacionalização foi portanto um êxito. Para acabar o ano em beleza, participou no Jubileu Nacional dos Músicos em Fátima cuja presença foi certificada pelo Secretariado Nacional de Liturgia.


Nas comemorações dos seus 175 anos, em 2001, decidiu retribuir a excepcional recepção que teve em Erstein e fortalecer os laços de amizade com “L’Harmonie de Erstein”, trazendo-a ao seu aniversário.

Em Junho de 2002, gravou duas obras “Allé Erstein” e “Cosmografie” para integrarem o CD duplo intitulado “As melhores Bandas do Distrito de Aveiro – Sul”, iniciativa da editora Public-Art do Distrito patrocinada pelo Governo Civil de Aveiro e Câmaras Municipais de Aveiro e Águeda. Um mês depois, deslocou-se aos Açores, Ilha do Pico, a convite da Sociedade Filarmónica União e Progresso Madalense actuando com brilhantismo nas Festas da Vila da Madalena dando-se assim início ao intercâmbio entre as duas Bandas. Para muitos dos executantes, foi a primeira possibilidade nas suas vidas de andarem de avião!

Em 23 de Abril de 2003 foi reconhecida como Associação de Utilidade Pública por Despacho do Primeiro-Ministro, tendo sido publicado no Diário da República, II Série, nº 112 de 15 de Maio de 2003 a Declaração nº 182/2003. Em 20 de Março de 2003 filiou-se no Inatel como Centro de Cultura e Desporto com o nº 4232.

Por contacto da empresa “Cardoso e Conceição”, para uma possível gravação e edição de temas populares portugueses de arranjos do compositor português Afonso Alves, movimentou-se em S. João de Loure algumas pessoas a fim de se formar um coro para ensaiar as obras pretendidas. Surgiu assim o Grupo de Cantares Populares da Freguesia de S. João de Loure, orientado por Ana Maria Bastos. Este grupo actuou em conjunto com a Banda pela primeira vez em 11 de Outubro de 2003. No início de 2004, procedeu-se à gravação dos temas em causa, no CD “O Moliceiro”.

Enraizados e estreitados os laços que uniam as duas localidades, S. João de Loure e Erstein, foi a Banda convidada, em 2004, para se deslocar novamente a França no mês de Maio, para participar nas cerimónias de assinatura da Geminação entre as duas localidades. Foi assinado na mesma altura um Pacto de Amizade Universal entre as duas Bandas. Actuou em Endingen, na Alemanha, num concerto memorável e com uma recepção fabulosa.

Em 2005 filiou-se na Federação de Associações Musicais do Distrito de Aveiro (FAMDA) como sócio efectivo.

Sempre activa, recebeu a Sociedade Filarmónica União e Progresso Madalense entre os dias 25 e 28 de Julho de 2005. O povo açoriano que nos visitou ficou deslumbrado pelo modo como foi acolhido e uma nova ligação surgiu.

A Direcção empenhada, resolveu mudar a imagem da Banda com um novo fardamento. Este foi estreado em 14 de Agosto de 2005 no Cabeço de S. Silvestre onde a Banda se disponibilizou para animar a missa e procissão à Nossa Srª. do Livramento.

Foi de novo convidada a estar presente no Festival do Açúcar em Erstein (25 a 29 de Agosto de 2005). No dia 25 actuou no Europa-Park na Alemanha. No dia seguinte, no “Pavillion Joséphine” em Estrasburgo, onde ultrapassou as expectativas criadas no ano 2000, com uma brilhante prestação conquistando o numeroso e exigente público. Foi neste ambiente lançado o novo CD, “O Moliceiro”, registo inovador da combinação da música popular portuguesa interpretada pela Banda, com as vozes do Grupo de Cantares Populares da Freguesia de S. João de Loure. No dia 27, a Banda Velha União Sanjoanense e “Harmonie d’Erstein” formaram uma só filarmónica, que actuou durante a cerimónia oficial de inauguração da “Rue de S. João de Loure” em Erstein. À noite, a mesma formação participou no Corso Florido e Iluminado do Festival do Açúcar com grande brilhantismo. No dia seguinte, animou a celebração litúrgica na Igreja de “Saint Martin” e à tarde a Orquestra Juvenil mostrou quanto vale levando ao rubro a numerosa assistência.

No dia 1 de Outubro de 2005 apresentou-se no “I Concurso de Bandas Filarmónicas da Cidade de Aveiro” organizado pela FAMDA

No ano de 2006, ano em que festeja 180 anos de actividade ininterrupta, escreveu mais uma página de sucesso ao receber entre 26 de Outubro e 03 de Novembro uma comitiva de 110 pessoas da cidade de Erstein, França, na qual estava integrada a já referida Banda irmã, Harmonie de Erstein. No mesmo ano participou no II Concurso Nacional de Bandas Filarmónicas da Cidade de Aveiro.

Desde que existe a Banda, sempre possuiu uma escola de música que garante a sua continuidade, tendo desde sempre sido ministrada por professores executantes. Actualmente, possui 9 professores que, sob um novo modelo da Academia de Música levam a cabo, na sua sede e Centro Cultural o ensino da música, apoiando o progresso dos elementos mais jovens e iniciando outros nesta arte tão bela e universal. No âmbito da aprendizagem dos nossos jovens, foi formada a Banda Infantil e a Orquestra Juvenil da Banda Velha União Sanjoanense que tantos aplausos têm ouvido sempre que actua em público.

Em 195 anos de existência, foram muitos os Maestros que por aqui passaram e que deram o melhor do seu saber entre eles, e por ordem cronológica, João Bernardo Lemos, Manuel Nunes Melo, João Júlio da Costa Cardoso, Alcides Marques Melo, Joaquim Marques Baeta, Sereno, Abel, Moreira, Delfim, Américo Ferreira, Leonel Marques da Silva, Joaquim Dias da Silva Correia, António Pereira de Oliveira, António Vieira de Oliveira e Manuel Augusto da Silva Carvalho. Desde Agosto 1998 a 2018, este cargo coube a Arnaldo António Moreira da Costa, ilustre membro de uma família de compositores, maestros e brilhantes executantes. 
Desde 2018 que, Tiago Martins, exerce as funções de diretor artístico da BVUS.
Antiga bandeira da BVUS
Presidente Etelvina Almeida
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